quarta-feira, 20 de abril de 2011

FILOSOFIA & RELIGIÃO

CRER OU NÃO CRER? – EIS A QUESTÃO*
Texto de Paulo Jonas de Lima Piva

Há duas maneiras de ser ateu. De acordo com o francês André Comte-Sponville (1952-): uma delas é não crer em Deus (ausência de Deus ou ausência de crença, definida por ele como “ateísmo negativo”), a outra é crer que Deus não existe (negação de Deus, ou como diz ele, “ateísmo positivo ou militante”).
Não podemos nos esquecer daqueles que não crêem nem desacreditam na existência de uma ou várias divindades: estes, em face dos infindáveis debates entre ateus e religiosos, acabam não optando por uma tese nem outra, suspendendo assim seus julgamentos. Estamos falando dos agnósticos ou céticos.
Nesse sentido, tanto os ateus quanto seus adversários religiosos – sejam eles teístas, místicos, esotéricos ou deístas – seriam, cada um a seu modo, crentes, com exceção talvez dos ateus negativos, os quais estariam próximos do agnosticismo.
O filósofo francês Michel Onfray encarna como ninguém na atualidade esse “ateísmo positivo ou militante”. Ele entende a consciência religiosa como uma visão de mundo infantil, ilusória e alienada, fundamentada numa ficção, num mito nefasto, num conto pueril, enfim, num subterfúgio psicológico denominado “Deus”. Para ele, a fonte do sentimento religioso é o medo da morte, a angustia diante da finitude e a incapacidade humana de conviver com as mazelas da vida de maneira sóbria e corajosa.

- Erroneamente, costuma-se associar filosofia a ateísmo, assim, esse tipo superficial de pensamento faz de todo filósofo um ateu, o que não reflete a realidade dos fatos. No entanto, a Filosofia é, e sempre será, pautada no raciocínio e na busca por explicações razoáveis e plausíveis para nossos conceitos, crenças e noções, de tal forma que cabe ao filósofo questionar a possibilidade de um Deus ou deuses e se há fundamento nas variadas formas de crer nessas supostas divindades. Sabemos muito bem que a Religião fundamenta-se na fé, ou seja, ela é uma questão de fórum íntimo, que tem uma base subjetiva, que nem sempre (ou quase nunca) é passível de ser compartilhada com os outros.

- Proponha um tema para debate e acompanhe neste blog as opiniões acerca desta e de outras temáticas filosóficas. A FILOSOFIA COMBATE A IGNORÂNCIA! Pense nisso!!!

*Fonte: Revista Discutindo Filosofia Ano 1 Nº6, Seção Religião, p.30, Texto “O ATEÍSMO MILITANTE DE MICHEL ONFRAY” de Paulo Jonas de Lima Piva

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