terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Filosofia & Poesia

RETRATO, de Cecília Meireles


Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha essas mãos sem forças,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil.
Em que espelho ficou perdida
a minha face?

         - Ћ - O tempo é inexorável – ele passa para todos e modifica corpos, formas, expressões, sentimentos, conceitos, realidades... A poesia transcende o tempo, o poeta se expressa na intemporalidade e capta a emoção dos que estão sujeitos à realidade espaçotemporal. O corpo é expressão de uma personalidade, é representação da vontade de “ser”, de existir. O corpo muda, a essência, não. Pense nisso!!!

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